sábado, 21 de abril de 2012

Indiferente


Sentei-me em frente à casa enquanto ouvia e admirava a chuva fresca.

O resto da família, reunida, se abrigava dentro dela, e eu me mantinha ali, inerte e indiferente a todos.

O som daquela chuva transmitia-me serenidade. Desencadeava uma sensação de bem-estar, refrescava-me do calor do tumulto; tumulto ao qual não ouvia, e dele já não mais fazia parte. Neste momento me veio à mente uma imagem:

Eu o tinha em meu colo, segurando-o em meus braços, enquanto cantava-lhe como que sussurrando, uma de minhas canções favoritas ao pé do ouvido. Um breve calor tomou conta do meu corpo, enquanto o frio se apropriava de tudo a minha volta.

Foi quando uma pequena gota me caiu ao rosto, levando até mim a frieza que ela dividia com a realidade que me apresentava: você não estava ali…

…mas ainda sim, estava comigo…

Não há nem onde, nem quando tu não abranjas meus pensamentos. Não há quem, nem o que lhe tome o lugar que tens em meu coração. Você é parte da minha vida agora. É parte de mim. E não há distância que mude isto. Meu corpo não o toca, mas minha alma o alcança, enquanto meu coração o resguarda e pulsa inconscientemente buscando o teu.


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