terça-feira, 29 de maio de 2012

Perfeitamente Imperfeita


Dessa vez eu desisti de tentar transformar meus defeitos em algo bom pra alguém, eu sou mesmo infantil, egoísta, orgulhosa, grosseira, e que se foda, porque por enquanto eu gosto de mim desse jeito. Apesar das milhares de quedas de vez em sempre, eu levanto outra vez, com o mesmo gene, mais forte e inabalável, se alguém não gosta, bom, ai já não é mais um problema meu. Não obrigo que fiquem ao meu lado. Sou assim, não vou me importar com o que você dirá, não vou te perdoar fácil se você vacilar, se eu te ignorar é melhor desistir de tentar, você morre na minha vida em um piscar de olhos e em segundos você já não existirá mais, morto com as suas críticas, pedidos e esquecimentos. Você pensa que diz algo que me fará “uma pessoa melhor”, mas na minha mente, você virou estatística, mais um frustrado que tentou me mudar, e sabe por quê? Cansei de me moldar e continuar sendo o vazo imperfeito e vazio para todos, to feliz agora, meus defeitos sempre foram mais interessantes e divertidos.

Nunca


E nunca ninguém cuidou tão bem de mim. Nunca ninguém conheceu meus defeitos sem querer mudá-los. Nunca ninguém me encaixou — sem sobrar espaço algum — em teus braços. Nunca ninguém me olhou e enxergou só o melhor que há em mim. Nunca ninguém fez tão bem ao meu coração. Nem se importou tanto em me ver sorrir. Nunca ninguém entendeu o que eu precisava apenas por ouvir a diferença no tom da minha voz. Nunca ninguém se preocupou tanto com o meu bem-estar. Nunca ninguém ouviu meu choro na madrugada e tentou me acalmar, mesmo que pelo outro lado da linha. Nem ouviu meus erros e problemas, sem querer me julgar. Nunca ninguém me deu tanta certeza de nada, como ele me dá, todos os dias, de todas as coisas. Nunca ninguém me teve assim. Nunca ninguém me amou assim. E eu nunca quis tanto que fosse tão eterno, tão “para sempre”, como eu quero que seja com ele… Só ele consegue isso. Só ele.

sábado, 26 de maio de 2012

Não somos um casal


Nós não somos um casal. Mas nos cuidamos, sentimos ciúmes, se preocupamos um com o outro, se irritamos, sentimos falta, queremos o bem um do outro, mesmo que pareça complicado, confuso e sem jeito, mas cuidamos. Não nos pertencemos, mais ele é meu, e eu sou dele. Talvez não seja um ”amor intenso” como desses casais que vemos por ai, mais é um amor diferente, um amor que fora construído por uma amizade 

Sou Eu


Só não esqueça que, sou eu quem te ama de verdade. Mesmo quando te machuco com minhas palavras, ás vezes tão rudes, mas com motivos por serem ditas. Não esqueça que, é eu quem te cuida, mesmo estando tão distante de você. Mesmo assim, de longe; sou eu quem cuida de você todos os dias, até por pensamento. E não esqueça; sou eu quem pediu pra Deus te proteger todos os dias, que pediu tanto pra te guardar de todo o mal. Sou eu. E também não se esqueça que, sou eu quem perde noites de sono com você no pensamento, dominando toda a minha mente. Não é insônia o problema, é você. Não esqueça que fui eu quem esqueceu do mundo todo pra lembrar de você. Que foi capaz de deixar todo mundo de lado, porque não conseguia prestar atenção em mais ninguém, a não ser você. E não esqueça que sou eu quem se preocupa com você, em todos os sentidos; em saber o que você está pensando, em saber se está bem, se está se cuidando, comendo direito, se algo está te afetando, te machucando. Não esqueça que sou quem que sente saudade quando você some, quando você sai sem dar um tchau, quando você me esquece, me deixando de lado. Sou eu quem lembra de você quando o mundo inteiro te esquece. Lembra? Eu dizia todos os dias o quanto você era importante pra mim. Por que sou eu quem te fazia sorrir com palavras simples, mas que eram sinceras. Não esqueça que sou eu quem ficava triste também quando você estava chorando; quando estava se sentindo mal. Sou eu quem te fazia companhia quando seus amigos te deixavam de lado, quando não estavam falando com você. Por que é eu quem se preocupava em não te deixar só, em te deixar feliz. Fui eu quem esqueceu da minha felicidade, pra colocar felicidade na tua vida. Não esqueça que, sou eu quem sente ciúmes por medo de te perder. Por medo de alguém roubar você de mim. Sou eu quem virava as noites falando com você, mesmo estando morrendo de sono, eu ficava até clarear porque você não queria ficar só, então eu ficava te fazendo companhia. Era eu que fazia isso. E não esqueça que, eu sou quem seria capaz de fazer tudo por você; Será que outra pessoa faria? Pensa bem. Será que alguém faria tudo isso que eu fiz e faço por você, e tu não sabe valorizar? Para pra refletir. Por que sou eu quem te ama. Quem te cuida. Quem te protege. Quem te admira. Quem ama até os seus defeitos. Que chora junto com você. Que esquece do mundo pra te fazer sorrir. Não esqueça, sou eu quem chora por medo de te perder algum dia. Quem se preocupa quando você parece triste. Quem te procura quando você desaparece. Que te dá carinho quando você está precisando. Sou eu, sou eu.

E o amor ? Ele fica comigo.


— Ela foi embora, cara.
— E você não fez nada?
— Fiz, abri a porta pra que ela saísse.
— (silêncio)
— Qual é o seu problema?
— Sei lá, eu sou um bêbado e nunca gostei de ninguém na vida. Fora isso? Nenhum.
— Ela te ligou hoje cedo?
— Não, só deixou um bilhete em cima da cômoda.
— E o que tava escrito?
— Não me lembro. Rasguei o papel quando vi que era dela.
— Tu é um filho da puta.
— Eu sei, ela disse isso por várias vezes, chorando ao telefone na noite anterior. Eu nem sei com quem ela tava falando, mas ela falava baixo, achava que eu tava dormindo, eu não tava dormindo. Pior do que ouvir você dizer que eu não valho nada, foi ler tudo que eu li. Ela dizia que tinha ido embora, mas era eu quem tinha a abandonado primeiro. Acha que fui covarde abrindo a porta pra ela sair? Diz isso porque não viu a cara dela quando eu não fiz nada pra que ela ficasse.
— E o amor? Como fica?
— Fica comigo.

Seguir em frente


Sei la, acho que ta na hora de acordar e ver que nem tudo é mar de rosas, acho que é hora de parar de sofrer e crescer a mente, encarar os problemas de frente sem medo de se machucar. Ta na hora de você criar um laço de amizade com você mesmo, acreditando no que você é capaz de fazer e seguir um objetivo.Ta na hora de acordar pra vida meu amigo, chega de sofrer por qualquer besteira porque você vai rir disso um dia, vamos crescer, vamos amadurecer.

clichê


É vontade absurda. Chega a ser vontade quase que incontrolável. Desejo-te a todo instante. É clichê, mas não me importo, afinal, é sentimento também… Ei, calma… Seria, então, todo esse sentimento porventura um mero clichê? Ah, não. Por favor, diga-me que não. Novamente não. Nego-me a entregar-me novamente a um amor surreal. É hilário, pois em diversas maneiras e em diferenciados momentos eu me pego pensando em ti.” Como seria se estivesse aqui ao meu lado? O que estaríamos fazendo? O que estaríamos falando?”. Ah. Eu tenho vontade de tudo e mais um pouco contigo. Tenho vontade de acariciar-te, abraçar-te e de, inegavelmente, beijar-te. E agora? Diga-me. O que devo fazer com essas vontades? Transformá-las em clichê?

Minha falta


Sinto a sua falta.
- Também sinto a minha falta.
- Não sente mais a minha?
- Cansei de sentir.
- Deixou de sentir?
- O verbo “cansar” é diferente de “deixar”.
- Ah, então quer dizer que você ainda sente a minha falta?
- Da mesma maneira que sinto a minha falta.
- E porque sente a sua falta?
- Porque eu mudei.
- Mudou por sentir a minha falta?
- Não, mudei por você ter ido embora mesmo.

Amor


“Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado… Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados… Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite… Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado… Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela… Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.”

— Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sem chances de eu ser uma princesa


NÃO, VOCÊ NÃO VAI CHEGAR E ME ENCONTRAR EM CASA, COM CABELO ARRUMADINHO, ROSTO MAQUIADO, E COM UMA ROUPA CIVILIZADA, É MUITO CAPAZ, QUE ME ENCONTRE COM O CABELO BAGUNÇADO, BEM AMY WINEHOUSE, COM CARA DE QUEM ACABOU DE ACORDAR, COM UM MOLETON GIGANTE, OU COM UM SHORT E CAMISETA VELHA, E VOCÊ TEM 99,9% DE CHANCE DE ME ENCONTRAR NO COMPUTADOR, O QUE SOBRA DE CHANCE ESTAREI DORMINDO, DEU PRA ENTENDER AGORA QUE EU NÃO SOU, NEM NUNCA VOU SER UMA PRINCESINHA? POIS É.

Deixar de ser


eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho muito medo de deixar de ser

Solidão


Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. Gosto do silêncio das madrugadas geladas. Gosto da sensação de liberdade que tenho quando estou sozinha. A vida me ensinou a ser assim, reservada do meu jeito. Encontro em pequenas coisas o sentido pra sorrir, mesmo que seja só pra mim mesma.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Reinventar



Vou ficar um pouco neutro, ficar na minha, darei um tempo da vida. Vou me reinventar, levantar e me refazer. Você irá sentir minha falta, e eu a sua. Não sei quanto tempo isso irá durar, só sei que ficarei assim até ter certeza que estou pronto pra enfrentar o mundo lá fora.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Esse alguém


Existiu alguém em minha vida que soube me trazer a felicidade. Existiu alguém na minha vida que me amou, verdadeiramente. Alguém que me entende, alguém que também duvidou, alguém que me escutou, que me acalmou quando meu coração ficou entre tempestades varrido por lagrimas. Quando subtamente me via perdida, esse alguém esteve lá comigo. Me levantou, me devolveu a vida, e todas as suas coisas boas. Me reergueu , me trouxe a paz, me curou de todas as dores. Apagou de mim, todas as tristezas, sofrimentos, e lembranças de um passado ao qual não se deve mencionas, ao qual não faz parte nem da minha vida, nem do meu coração. Poque com o amor desse alguém eu superei tudo, eu sou uma pessoa nova, pra ser APENAS desse alguém. Sem esse alguém , eu alto me desligarei do mundo, pois meu mundo é esse alguém. E sem ele qual graça terá viver? Ou pensar? Me reerguer? Ser feliz ? A única certeza que eu tenho, é que esse alguém é o amor que eu respiro, é a comida que eu me alimento, é o calor que me aquece do frio, ou o frio que me sucega do calor. É a verdade, dentre todas as mentiras existidas pelo mundo, é a força dentre todas as fraquezas pelo mundo. É o infinito, dentro de todas as brigas, discussões, desentendimentos, barreiras. É o amor, puro , verdadeiro , sincero , meigo. E eu sei que pra esse alguém também é ETERNO, enquanto eu respirar é ele quem eu vou amar. Esse alguém é tudo, esse alguém é você, obrigada por existir pra mim, por me mostrar o que é real, por me deixar conhecer o amor verdadeiro, por me fazer acreditar no DESTINO né, por me fazer ver o mundo de outra forma, por me tornar diferente, por abrir meus olhos enquanto eu mantinha-os fechados. Obrigada por estar  comigo   acima de tudo, obrigada por me aturar até nos meus momentos de chatice e ciume que eu sei que não é fácil viu anjo. Quero que saiba que essa distância JAMAIS vai impedir que eu te ame tanto , nada e ninguém vai acabar com isso que agente tem . Nosso amor é um sentimento de verdade que o destino reuniu novamente, e quando se trata do destino .. é para SEMPRE. Eu te amo mais que tudo nessa vida meu Anjo

Eterno


E quando vier que seja verdadeiro, pois de nada valerá um sentimento compartilhado se este não for para me fazer bem. E que venha da pessoa certa, não da perfeita, não da pessoa que atenda a todos os meus pressupostos, mas daquela que me satisfaz do jeito que ela é, com todos os defeitos possíveis. Que venha para me agradar e que eu possa fazer o mesmo. E que seja eterno enquanto dure.

Relógio novo


“Eu era como um relógio novo, porém já estragado, os ponteiros não seguiam em frente e insistiam em lembrar apenas daquele triste passado, sem concertos, pois o único que teria poder para acertá-lo era o culpado de tudo que já havia ficado pra trás.”
— Kawanny Eskildsen

sábado, 19 de maio de 2012

Ventania


Ventania forte, delatada por galhos secos agressivos batendo na grande janela de vidro. A madrugada vai se agonizando em sombras com o passar das horas. O céu parece estar tão perto, ao fácil alcance de meus olhos cansados. No chão de meu quarto pode se encontrar o meu corpo deitado, jogado pelo longo tapete preto de barbante, ao lado de minha destra há uma garrafa de vinho, que fora um inútil álibi pra uma tentativa de distração, que por um pequeno e ingênuo momento, achei que embriagando-me com generosas doses de álcool, poderia me fizer desligar a mente das preocupações e tormentos que enfestam minhas cabeça e alimentam minha —já rotineira— insônia; Claridades podem se ver, em reflexos ligeiros de relâmpagos distantes, tão distantes que nem se pode ouvir seus trovões ecoarem pelas campinas das cercanias daqui, e mesmo que chegasse aos meus tímpanos o barulho mais estrondoso do mundo, ainda sim não me perturbaria tanto quanto o silêncio que existe dentro de mim. Silêncio. Vazio. Uma bolha sem ar; Hipnose, êxtase, alma rasgada. Sinto meu corpo quente, mas minha pele está gélida como o mármore de um sepulcro. Meus olhos estão abertos, mas meu sentido de visão não reage a nada. Estou deitado, olhando para o teto iluminado pelos raios que já não são tão fortes… Eu, aqui, mas é como se não estivesse. Nasci, cresci, mas é como se já estivesse morto —talvez estivesse—, morrendo cada vez mais, a cada suspiro, pois a pressa de viver é o alívio dos fracos, e a paciência pelo fim é a virtude dos sábios. Na verdade, eu não tenho pressa de morrer, desde que depois disso eu tenha paz e possa dormir —pra sempre— sem medo de acordar para viver pesadelos reais, que brutalizam toda e qualquer vontade que tenho de me levantar desse chão para ser mais um fantoche alienado, vagando pela face mundo buscando respostas para filosofias baratas e tolas
O chão é frio e me conforta, a vontade de permanecer aqui é absoluta, e não há nada nessa vida mais forte pra mim do que a vontade de morrer, ou qualquer coisa que me tire da vida, que seja bem longe disso tudo que faço parte todos os dias.
[…]
Fechei os olhos, e morri, de novo, mais uma vez, mais uma noite, mais uma vida.
Anndré, Pesadelos.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sou verão é Inverno


Não sou o suficiente e nem metade disso, sou só mais uma em meio a desconhecidos… não gosto disso, mas as pessoas me obrigam a ser assim. Aprendi que não importa como você é, você nunca vai agradar a todos, sabe por que ? Por que cada um conhece “um você” diferente, você nunca é igual.. um minuto verão, uma hora inverno ou ao contrário. Sou como uma estação de rádio, que muda conforme o gosto musical da pessoa que a controla.. e sabe, isso cansa.. quero tocar minhas próprimas músicas, mas é difícil… não quero fazer as pessoas sofrerem, e por isso sofro no lugar delas e ninguém valoriza isso. Já amei e infelizmente já fui amado… mas não nessa mesma ordem, o amor faz isso… se você não souber controlar ele vai te destruindo aos poucos, vcê precisa de um abraço… que ninguém está disposto a dar, aquele carinho que está distante de ti… falta amor e você acabou procurando (mais uma vez) na pessoa errada.Mas isso é a vida, cheia de autos e baixos… um dia meu coração machucado para de apanhar, e aprende a bater.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Desastrosa Vida


Eu a desejava como nunca desejara nada em minha desastrosa e desfigurada vida. Eu sabia que mudaria o rumo das coisas, minhas emoções viveriam sobre a base de um terremoto a cada troca de olhares. Este desejo abalaria minhas estruturas e meus princípios. Iria bagunçar tudo aqui dentro, seria um caos absoluto. Mas… eu, com toda e clara certeza do mundo, sei que seria capaz de sacrificar qualquer uma de minhas vaidades por aquele amor, pois quando a questão é ser feliz, não devemos medir as renuncias, apenas devemos abrir mão do que nos sufoca o riso

Meu defeito


Não sou do tipo que corre atrás das pessoas e, sinceramente, eu não sei se isso é bom. Às vezes deixo ir embora pessoas que eu realmente amo, mas tenho essa mania de acreditar que elas sempre vão voltar. Mas na maioria das vezes isso não acontece. Já estou acostumada com essas partidas repentinas e sem explicações, partidas sem um adeus. Mas não culpo-as. Não coloco todo esse peso em cima delas… Eu sou a culpada. Eu sou assim, e o meu maior erro é esse: acreditar que tudo que vem, fica

terça-feira, 15 de maio de 2012

Tenho medo


Eu tenho medo de que você acabe me esquecendo nessas minhas saídas, nessas minhas ausências. Tenho medo de que se eu não ficar te lembrando toda hora que eu existo, você não faça questão de me ter por perto. Tenho medo de que eu tenha que ficar longe por um dia qualquer, e quando eu voltar você tiver desistido de me esperar. É só medo, insegurança e medo de novo. Medo de não poder ficar o tempo todo presente, medo de banalizar a minha ausência a ponto de você simplesmente se acostumar com ela.

Quero Sexo


— Quero sexo.
— Aqui tem cara de puteiro?
— Ah, me chupa.
— Não achei minha boca no lixo.
— Me ama então…
— Amar está saindo mais caro que Kinder Ovo.
— Não tem problema, eu continuo te amando mesmo assim.
— Tá bom, você venceu. Eu também te amo.
— Era mentirinha de primeiro de Abril.
— Mas hoje é dia sete. Em que país você vive?
— Em um país onde todo dia é primeiro de Abril.
— Ah, vai se foder.
— Só se for com você.
— Me chupa.
— Chupo.
— Para.
— O que?
— De me irritar.
— Por que eu pararia?
— Porque você está fazendo eu te amar mais.
— Mas você disse que amar está saindo mais caro que Kinder Ovo.
— Então por você eu fico pobre.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Me diz oque fazer


Não sei mais o que fazer
Eu perdi o único amor que valia apena lutar
Eu me afogo em minhas lágrimas
Eles não veêem?
Isso mostra que
Que você pode se machucar como eu

Tudo o mesmo
Eu não quero brincar de ser falsa
É uma vergonha
Deixar você ir embora

Existe alguma chance?
Um fragmento de luz no fim do tunel?
Uma razão para lutar?
Existe uma chance de você mudar de ideia?
Ou nós somos cinzas e vinho? (…)

Eu me despedaço
Se é isso que você precisa
Não há nada mais pra falar

Medo


Os sonhos pendiam de um lado, o medo do outro. Não que eu me orgulhasse disso, mas o que eu iria fazer? O medo sempre foi meu inimigo, sempre me atrapalhou e me tirou algumas coisas. Não estou afim disso outra vez. Joguei o medo de lado e me foquei no sonho, foi um bom começo e esta ajudando bastante.

Asas


Asas, asas me destes, asas cortastes. Asas que um dia me fizeram voar, com os pés fora do chão tocar as nuvens, alcançar universos antes intocáveis, conquistar horizontes onde meu coração não seria capaz de chegar por si só. Me fizestes sobrevoar o teu infinito, fazer parte dessa tua fantasia, dessa brincadeira de ser feliz. Asas me destes, asas me cortastes ao dizer adeus. Mas vem aqui, meu anjo partido, quem te fez acreditar, que quedas são amortecidas por desculpas? Por favor, se não pretendes voar comigo, jamais tire meus pés do chão.

Eu não gostava de café com gelo, Guitar Hero ou Anna Julia, juro. Aí eu comecei a gostar de números pares.


Às vezes eu saía pra caminhar no parque e ficava observando. Observava a senhora sentada no banco de madeira dando comida aos passarinhos, bem coisa de filme mesmo. Observava o cara gordo sentado do lado da senhora que pensava que conseguia disfarçar a direção do olhar tapando a cara com um jornal velho da semana passada. Mas todo mundo sabia que ele, na verdade, estava olhando as pernas da loira gostosa que ia todos os dias àquela mesma hora correr naquele parque com um rabo de cavalo no topo da cabeça, um shorts mais curto que o comprimento da palma da mão e sempre com fones de ouvido e música no volume máximo. Ela, ironicamente, tinha cara de quem curtia, sei lá, Maroon 5, RHCP, e se brincar até Beatles. Tinha o meu vizinho metódico e pontual fixado que acordava todos os dias às exatas 7:14 da manhã pra passear com aquele cachorro gordo esquisito que ele chama de Brutus. Acho que é um buldogue, tanto faz. Nunca parei pra prestar atenção nas classificações das coisas. Pra falar a verdade, muitas especificações me irritam. Voltando ao meu vizinho do cabelo penteado e mais encharcado de gel que o próprio pote: é, 7:14. Não 7:15, 7:14 mesmo. Ele nunca tem nada marcado em horas com minutos ímpares. Sem pegadinha, passei quase um mês tentando flagrar um atraso ou avanço de um minuto que fosse no toque do despertador desse cara. PÉÉN, falha. Não aconteceu. Aquela maldita musiquinha de elevador toca todos os dias às exatas 7:14 e eu não consigo acordar um minuto mais tarde há 4 meses, desde que me mudei pra cá. A mulher dele me traz biscoitos todas as quartas-feiras às pontuais 18:15 da tarde como pagamento pra eu ficar de olho em quem entra e sai do apartamento de cima, onde eles moram. Só pra esclarecer, ela tem fobia à compromissos em horas com minutos pares. É, eu sei. Talvez seja só coincidência, ou talvez os clichês sejam válidos e os opostos se atraiam e se completem mesmo. Sei lá. Como disse, não gosto de especificações, ditados, leis de newton, leis de sobrevivência ou qualquer coisa estabelecida. Nada que não mude. Aí então a mulher gorda pontual do meu vizinho de cabelo duro brilhoso esquisito e pontual resolveu mudar as coisas um pouco. Eu passei a gostar dela depois disso. E passei a gostar de Los Hermanos e de jogar Guitar Hero com a filha dela. E passei a gostar da filha dela. Mas isso veio depois.
Quarta-Feira, 9 de Outubro, 18:20 exatamente. Quatro batidas na porta.Primeiro fato escandalosamente anormal: 18:20. Seis horas e vinte minutos da tarde. V-i-n-t-e minutos. Segundo fato escandalosamente anormal: Quatro batidas na porta. Achei mesmo estranho e, involuntariamente, fiquei esperando pela quinta. Nada. Quatro batidas. Nem meia a mais. Nem 0,7 a mais. Quatro. 1, 2, 3, 4. Beleza, já deu pra entender, né? Quatro batidas. Levantei do sofá vermelho onde tinha passado a manhã afundado. Vista pra escada de acesso ao apê de cima. Sacaram a estratégia, né? Eu realmente gostava dos biscoitos. Mas eu nunca entendi qual a finalidade de se colocar uma janela com vista pra dentro do prédio. Beleza, sem discussões. Abri a porta. BÁ!
Eu juro que quase caí pra trás. Ruiva, branquinha, pequenininha, olhos verdes e dedos finos. Unhas com um esmalte descascado num tom que me parecia renda ou qualquer coisa assim. Esmalte cor de unha. “Oi.” — droga, fiz merda. Fiz merda, fiz mer — “Oi…” “Quer alguma coisa?” “Na verdade, minha mãe me pediu pra te trazer uns biscoitos e perguntar se alguma…como é que ela diz mesmo? Se alguma promís…” “Se alguma promíscua subiu as escadas hoje?” “É, isso aí mesmo.” “Pode dizer que não… Mas diz que uma ruivinha desceu aqui e quase me fez cuspir refrigerante quando eu abri a porta.” — Que merda eu tava fazendo? Sério. — “Como?” “Nada, não. Pode dizer que não subiu ninguém.” “Não… eu ouvi o que tu disse.” — Droga. — “Hm…Tá a fim de entrar?” “O quê?” “Tomar alguma coisa, sei lá. Ver um filme.” “(Risos) Não, valeu. Quem sabe outro dia. Tenho que levar o Brutus pra passear agora.” — Eu juro que nunca ouvi um risinho tão agudo que não fosse irritante. — “Às 18:31 da tarde?” “É, uai… Por quê?” “dezoito e trinta e um da tarde?” “Sim, senhor. Algum problema?” “Não, nada…Só achei que ele gostava mais de passear de manhã.” “Ele não gosta de nada, eu é que gosto de andar à tarde.” “Ah, entendi.” “Até.” “Só uma pergunta…” “Fala.” “Você vai me trazer os biscoitos a partir de agora?” “Se você quiser.” “Sem problemas.” — Abri um sorriso amarelo meio torto e me senti o maior idiota do mundo quando, pela primeira vez, me preocupei com essa coisa de espinafre entre os dentes. Eu não comia espinafre há o quê? 19 anos? Desde que eu comecei a escolher o que comer. Foi instinto, sei lá.
Uma semana depois, Quarta-Feira, 16 de Outubro, 17:50 da tarde. Eu não conseguia parar de checar o relógio. Resolvi pegar um livro. Folheei umas páginas, li umas duas ou três frases e me lembrei que nem tinha prestado atenção no nome do livro. “Não Conte a Ninguém”, dum cara chamado Harlan Coben. Resolvi ler a sinopse. Li no máximo umas seis linhas antes da primeira batida na porta. Quatro batidas. Levantei da poltrona num pulo, larguei o livro que caiu no chão e sei lá mais o que eu derrubei. Tropecei nos meus próprios pés umas quantas vezes até chegar à porta. Me apoiei na maçaneta e não consegui puxar a porta sem fazer um barulho estrondoso que entregasse meu nervosismo. Tô nem aí.
“Oi de novo” “De novo — Ela não parava de sorrir. Pensei que talvez tivesse gostado de mim. Tomara — er…cheguei em hora errada?” “Hora errada?” “É, sei lá.” “Não, não…chegou na hora de entrar.” Ela riu de novo. Que diabos tu quer comigo, guria? Vai parar com isso não? Já tá virando sacanagem. “Vou parecer muito oferecida se aceitar o convite?” “Não mais do que eu quero que seja.” — Dessa vez eu ri também. Foi uma sensação esquisita ela ter gostado da piada. “Onde é que eu coloco isso aqui?” “Deixa no braço da poltrona mesmo. A gente vai acabar comendo durante a conversa.” “Ah, é? E vamos conversar sobre o quê?” “Sei lá, uai.” Eu juro que fiquei olhando pra ela por uns cinco minutos até que resolvi me pronunciar. O silêncio tava me matando. “Aceita, sei lá, um refrigerante?” “Não tomo refrigerante…” “Chá? Café? Água?” “Café, pode ser.” “Então tu vai ter que fazer porque eu não sei. — Rimos. — Topa?” “Tem pó?” “Tem, sim.” E se eu te disser que sabia fazer café? Sempre soube. Sei lá, só pensei que ela acharia engraçado. Funcionou.
“Posso pegar gelo?” “Oi?” “Gelo. Posso?” “Claro que pode, mas gelo pra quê?” “Café, uai. Não gosta?” “Não que eu saiba.” “Já provou?” “Sei lá, devo ter provado. Não me parece nada legal.” “Prova aqui.” Ela jogou as pedras de gelo na xícara e estendeu-a pra mim de forma que quase passei a respirar café. “Não, fica tranquila. Pode tomar seu café aí.” Ela riu de novo. Puta merda. “Prova logo, estranho.” Ela estendeu a xícara de novo e eu quase que me senti obrigado pela minha própria vontade a engolir aquilo. O gosto era horrível. Eu gostei. “E aí?” “Até que é bom, estranha.” “Hm, sei — risos — essa cara aí de quem gostou. Imagina se não tivesse gostado.” Ela se apoiou de costas na pia e eu me apoiei do lado. “E aí, o que tava lendo?” “Eu?” “Obviamente.” “Nada, por quê?” “Vi um livro no chão da sala. Deu vontade de pegar, mas preferi ficar imóvel e te deixar constrangido.” “Hm…Harlan Coben.” “E o livro fala sobre o que?” “Não faço ideia. Li umas frases que juntas formariam meia página, no máximo.” Ela me encarou por uns segundos e resolveu voltar pra sala. Segurou minha mão e me arrastou até o sofá. A ficha de ela ter me pegado pela mão demorou a cair. O amor da minha então se sentou na minha poltrona e cruzou as pernas numa daquelas posições de borboleta de ginástica. “E aí?” “E aí o quê?” “O que tava fazendo antes de eu chegar?” “Ouvindo música, tomando refrigerante, o de sempre. E você, tava fazendo o que antes de vir pra cá?” “Nada, na verdade. Cochilando.” “Hm…” “Ei, tive uma ideia.” “Diz.” “Me diz as coisas que tu gosta, que eu te digo do que gosto.” “Não dá, tenho vergonha de falar…” “Então escreve.” “O quê?” “Escreve. Não sabe? É fácil. A gente normalmente aprende isso no pré.” — Não me segurei, tive que rir. E me senti envergonhado ao mesmo tempo, ela não parava de olhar. Me senti desconfortável e, simultaneamente, realizado. Sei lá, e se ela tivesse gostado de mim? E se a ruivinha dos dedos finos e pés pequenininhos estivesse gostando de mim? Que puta sorte. Eu ainda não tinha entendido qual o entusiasmo, mas não dava pra tirar o sorriso da cara. Era normal, não? Alguém gostar da gente? Costumava ser normal no colegial. No colegial, na faculdade, no trabalho, nas festas. Sempre tinha alguém a fim. Sei que o jeito como ela me olhava me deixava sem reação. E o cheiro dela, então? Ela cheirava a lilás e dia chuvoso. Suspirar perto dela dava uma vontade enorme de beijar. Eu tinha vontade de tudo com ela.
“Então, vamos? Me alcança um pedaço de papel e uma caneta.” “O.k. Vou pegar, espera.” A única coisa parecida que eu achei foi um bloquinho de notas do Batman. O que ela pensaria de um marmanjo de vinte anos de idade que usava um calção desbotado até os joelhos e chinelo havaianas, tinha a barba mal-feita e…gostava de desenho animado?
Ela achou engraçado. E riu que nunca vi. Ela ficava mais sexy naquela blusinha branca com renda no decote e jeans rasgado que a Angelina Jolie de lingerie.
Nunca caprichei tanto na caligrafia. Desenhei cada letra com a maior vontade do mundo de aquilo ficar legal. Mas nunca parei pra pensar nas coisas que gostava. Eu gostava um pouco de tudo. Ficou difícil escolher; coloquei só os mais comuns.
Ela me pareceu meio indecisa. Rabiscava e riscava o tempo todo, nunca vi.
“Terminou?” “Terminei.” “Beleza. Faz assim: me entrega o teu que eu te entrego o meu, tá?” “Tá. No três” “Tá. 1…2..— ela interrompeu a contagem e puxou o papel da minha mão e jogou o dela em cima de mim — tava demorando muito.” Os dois rimos. Antes de ler o que ela havia escrito, fiquei observando a reação dela ao ler minha lista.
“-Rock e indie rock
-Angelina Jolie
-Biscoitos
-Números pares
-Anabell
-Ruivas + Batman”
Ela sorriu em silêncio. Me senti aliviado e não consegui conter um sorriso também. Resolvi ler a lista dela.
“-Desenhos animados
-Rock e indie rock
-Chinelos havaianas
-Guitar Hero
-Estranhos
-Batman
-Anna Julia”
“Ei!” Sei que era uma proposta meio idiota, mas ela ia gostar. “Diz, estranho.” “Tenho uma coisa pra você, já volto!” “O que é?” “Surpresa.” Ela me olhou feliz. F-E-L-I-Z, com todas as letras. Deu pra ver. Um amigo meu uma vez tentou me ensinar a jogar esse tal de Guitar Hero. Odiei. Me estressei. Não tinha coordenação motora suficiente pra isso. Meus dedos nunca pressionavam a tecla certa e eu nunca acertava o tempo. Desisti. Eu tinha lá em casa um “quartinho da bagunça”. Guardava toda e qualquer tranqueira lá dentro. Esse amigo meu acabou deixando o Guitar Hero dele lá em casa e eu, já completamente cansado daquela coisa, joguei lá dentro do quartinho e esqueci que aquilo existia. Muita sorte. Acabei encontrando a “coisa”dentro duma caixa e tava tudo lá certinho. Nada faltando.
“Ei?” Ela já tava ficando impaciente, mas tava animada com a “surpresa”. “Achei! — gritei como resposta — tô indo!” Quando cheguei na sala, ela tava balançando a perna daquele jeito que todo mundo faz quando tá ansioso. Me senti importante. Coloquei a caixa no colo dela e pedi que abrisse. Ela gargalhou. Foi lindo.
“Não acredito — ela disse, ainda sorrindo. Eu não conseguia parar de olhar. — Sério mesmo?” “Sério — ri. Ela era tão ingênua rindo que parecia uma criança ganhando a primeira bicicleta. — Que tal?” “Tá querendo me conquistar, é?” “Algo me diz que eu já consegui.” “Besta. Nem chegou perto.” Preciso confessar uma coisa. Nunca amei tanto a sensação de ingenuidade. Eu era tão ingênuo perto dela que cheguei a achar que fosse uma pessoa apaixonável.
Conectei os cabos à tevê e depois de dez minutos tentando encontrar o menu, decidi que a melhor coisa a fazer era esquecer a cultura do cavalheirismo e pedir que ela arrumasse aquela coisa. “É assim mesmo? Tem certeza?” “É, sim. Deixa eu arrumar. Sei o que tô fazendo.” Sei que que ela sabia. Depois de algum tempo percebi que ela sempre sabia. Sabia que me torturava quando sorria pra mim, sabia que o jeito como caminhava, se vestia e até como se mexia despertavam em mim aquela coisa ridícula de amor platônico. Aquilo de achar que tudo que o outro faz é uma pista ou um sinal. E o melhor de tudo? Era. Uns anos depois eu descobri que até a caligrafia dos bilhetinhos que ela grudava na geladeira era de propósito. Ela conseguia colocar um pouco da sensualidade ingênua dela em casa coisa. “Tá. Faz aí.” “Pronto, senta aí.” Me sentei no sofá maior e ela sentou do meu lado de forma que as nossas pernas e os braços ficaram grudados. Preferi pensar que foi de propósito. “Antes de começar — eu juro que tava curioso — posso perguntar uma coisa?” “Claro que pode.” “Quem é Anna Julia?” Ela riu. E dessa vez ela riu de mim. Mas não num tom de deboche, ela não era desse tipo. Ela riu num jeito de quem tava adorando tudo aquilo. Ela riu num jeito de que tava apaixonada pela forma como eu era ingênuo perto dela. “É uma música.” “Uma música?” “É, uai. Nunca ouviu? Todo mundo já ouviu.” “Ouvi, não.” “Claro que ouviu… Nunca acreditei na ilusão, de ter você pra mim… — ela começou a cantarolar — me atormenta a previsão do nosso destino; eu passando o dia a te esperar; você sem me notar…quando tudo tiver fim, você vai estar com um caraaaaaaa, um alguém sem carinhooooooo, será sempre um espinhooooo, dentro do meu coooo-raaaaaaa-çãaaaaaao — ela deu uma pausa e me encarou nesse meio tempo. Mas dessa vez me olhou mais que dentro dos olhos. Ela me viu. — ô Anna Juliaaaaaaaaaaaaaaaaa — ela levantou num pulo e usou a mão como um microfone pra cantar o refrão. Acho que nunca ri tanto. Doía tudo; pernas, estômago, bochechas. Eu quase soube o que significava “morrer de rir”. Ela terminou a performance e eu bati palmas, ainda rindo. Ela gargalhava de perder o ar e eu juro que achei a coisa mais linda quando ela roncou no meio da risada. Ela ria tanto que mal conseguia se manter de pé. Veio tropeçando, se sentou no braço do sofá e foi descendo de costas até cair com a cabeça no meu colo. Ela fechou os olhos e apoiou a mão nas costelas, respirando devagar. Pensei, por um segundo, em beijar a testa dela. Sei lá, me deu uma vontade enorme. Mas ela acabou abrindo os olhos e levantando antes de eu criar coragem. Ela se sentou de novo e segurou meu pulso, procurando por um relógio. “São 18:25.” Sei que é meio esquisito, mas me senti feliz por ela ter ficado desapontada. “E daí?” “Tenho que levar o Brutus no parque.” “Ah…Tudo bem.” “Mesmo?” “Mesmo.” Ela se levantou, calçou os chinelos e foi em direção à porta. Me apressei em levantar a abrir a porta pra ela. “Senhorita.” Fiz reverência e ela correspondeu “Cavalheiro.” Ela saiu e eu não resisti. “Ei!” “Oi?” “O Guitar Hero fica pra amanhã?” “Claro!” “E mais uma coisa…” “Pode dizer.” “Não te deixo sair até confessar que está apaixonada por mim.” Aí o amor da minha vida riu e subiu as escadas. Eu não gostava de café com gelo, Guitar Hero ou Anna Julia, juro. Aí eu comecei a gostar de números pares.”
— Ana Luísa

domingo, 13 de maio de 2012

Posso entrar ?


— Não quero mais brigar.
— Por quê?
— Não aguento ficar longe de você.
— Então abre a porta.
— O que você vai fazer?
— Eu não sei. Te desculpar.
— Tem certeza que não precisa pedir perdão também?
— Eu peço.
— Pede? Você é orgulhoso.
— Não me faça voltar atrás. Abra a porta.
— Você não pediu.
— Quero te ver.
— Só ver?
— Quero te abraçar e te beijar. E aí pedir perdão. E aí te perdoar também.
— É mesmo você aí? – ela ri.
— Abra a porta para ver.
— Quer dizer que não é?
— É sim. Quem mais estaria na varanda da sua casa na virada de ano novo esperando você abrir a porta…
— Você vai esperar até quando?
— Até você abrir.
— E se demorar… Muito?
— Eu espero.
— E se eu não abrir?
— Eu espero. E posso não estar falando só da porta.
— Do que estaria falando então?
— Do seu coração. Da sua vida.
— Essa porta talvez não abra. Está meio enferrujada, sabe?
— Já disse que espero.
— Por mim?
— Por nós.
— Acho que você desistiria fácil.
— Ainda estou aqui.
— E pretende ficar até eu abrir, certo?
— Você entendeu agora?
— É romântico.
— Sim…
— Você nunca me fez nada romântico.
— Estou fazendo agora.
— Vai acontecer de novo?
— Abra a porta para saber.
— Só assim?
— Está ouvindo? A contagem regressiva.
“9, 8, 7, 6, 5…”
— Vai ficar aí mesmo, no seu ano novo?
— Sim.
— Você sabe que não vou abrir a porta assim tão fácil, não sabe?
— Sei.
“3, 2, 1…”
— Que este ano novo me traga você.
— Estou chorando.
— Eu posso ouvir daqui.
— Não vai me dizer para parar de chorar?
— Se eu começasse a lhe dizer tudo o que quero para você, para nós… Talvez nunca parasse de falar.
— E qual é o primeiro item da lista?
— Que você abra a porta.
— Acho que vou abrir.
— Vai?
— Vou.
— E por que estava chorando?
— Porque é bom.
— É bom chorar?
— É bom saber que alguém se importa.
— Qualquer alguém?
— Você. Outro alguém não serviria.
— Agora você é que está sendo romântica.
— Eu sempre fui.
— É verdade. E eu te amo.
— Isso também é bom.
— Então vai abrir?
— Não.
— Não?
— Não encontro as chaves. Acho que as joguei fora.
— Da casa?
— Não, do coração. A casa está aberta.
— E eu posso entrar?
— Está aberta.
— E agora… Onde foi que deixou as chaves do coração? Posso ajuda-la a procurar.
— Me livrei delas na última desilusão amorosa. Acho que prometi nunca mais deixar alguém entrar.
— Mas assim eu não vou poder entrar…
— É…
— Podemos construir outra casa. Só nossa. O que acha?
— Está me pedindo em casamento?
— Pode ser. – ele ri enquanto se ajoelha – Você aceita ser minha esposa?
— Está brincando? Temos dezessete.
— Você aceitaria?
— É claro.
— Que sim?
— Óbvio que eu seria sua mulher.
— Você pode ser minha pequena. Tipo, só minha.
— Eu aceito.
— E quanto às chaves? Não existe uma janela?
— Relaxa, acho que você conseguiu atravessar as paredes.
— Como um super-homem! – eles riem juntos.
— Eu diria que um super-garoto. Você ainda é meu pequeno, lembra?
— Como você é boba. Isso é contagioso?
— Com certeza, porque eu peguei de você.
— Vontade de ficar pra sempre.
— Então fica.
— Vou ficar.
— Que bom.
— Obrigado.
— Por…
— Me deixar entrar.
— Mas eu não deixei. Você que entrou.
— Eu deveria ficar ofendido?
— Não… Ainda bem que entrou.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Destino


Qualquer dia desses eu saio sem destino, sento debaixo de uma árvore qualquer, com uma paisagem agradável. Vou escrever sobre você, sobre nós, sobre o que você significa pra mim. Vou te gravar em mim. Vou te gravar em mim para que em hipótese alguma eu me esqueça de você e o quão bem você me faz. Que eu não me esqueça de tudo o que aprendi com você, e todos os sorrisos que eu dei por você, com você. E te peço, me grave em você, pode ser como música, como lembrança, como uma carta… Mas me grave, e de maneira alguma me deixe desaparecer, pode me guardar num cantinho do seu coração, mas de nenhuma maneira me deixa ir embora.

Importante


O importante é querer estar junto, querer não desistir. Ninguém tem a obrigação de saber o que a gente pensa. O que as pessoas devem é respeitar o que pensamos, isso sim. E entenda: ninguém vai pensar como você porque ninguém sente como você. Não queira colocar uma fita métrica imaginária no coração do outro e medir vamos-ver-quem-ama-mais. O amor não tem medidas, números, não cabe na balança. Cada um tem seu jeito, sua forma, sua personalidade. A gente tem que aceitar. Não só o outro, mas a gente mesmo. E viver.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Revolta


Que se exploda grande maioria das pessoas eu estou fazendo por quem faz por mim e pra quem realmente merece , eu não faço questão de saber da vida dos outros mesmo afinal isso não vai acrescentar droga nenhuma na minha vida , e para essas pessoas que tiram o dia pra ficar falando mal das outras eu só falo pra se matar logo porque de gente filha da puta o mundo não ta precisando !

Me diz


Alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia. Porque eu já estourei minha cota de intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda nada, mas eu preciso ouvir.

sábado, 5 de maio de 2012

Sonhos


Sonhou comigo essa noite?
—Sim.
—Como foi?
—Não lembro
—Se não lembra, como sabe que foi comigo?
—Acordei excitado.

Me faz sorrir ?


- Me faz sorrir?
- Aconteceu alguma coisa?
- Eu tô chorando... Só me faça sorrir, por favor.
- Ei pequena, não chora tá? Princesas não devem chorar.
- Eu pedi pra você me fazer sorrir, não me fazer chorar ainda mais, idiota.
- Desculpa. (risos)
- Besta, eu te amo.
- Eu também te amo, docinho

Idem ,não eu amo mais .


-Eu te amo.
- Eu sei.
- Você que não me ama.
- Eu te amo mais do que você me ama. Porque segundo a equação de Torriceli, nós temos que multiplicar o elemento, o que significa que eu posso multiplicar o meu amor, e eu multiplico ele á cada segundo. Então segundo Torriceli, meu amor por você está cada vez maior. E Aristóteles também falava que quando isso acontecesse, é porque seria pra sempre. Então o meu amor por você.. segundo esses gênios da física e da filosofia dão indício que eu te amo mais.

Garoto Anjo


hoje eu acordei com o barulho da janela
Dos sonhos que sonhei, eu não mais via ela
O som da solidão soprou em minha porta
Eu perdi meu chão e o que eu mais amava 


— Rosa de Saron   

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Tão Eu


É, eu sei que sou chata. Não, sou bem, bem pior. Sou insuportável! Arrogante, irritante, e incessante. Ignorante de tudo que se pode imaginar. Sou grossa a maior parte do tempo, e reclamona na outra parte. Inconveniente com quem merece - e as vezes com quem nem merece tanto assim. Sou estranha, idiota e pessimista. Sou mal humorada e emburrada. Resmungo antes de dormir e antes de acordar. Tem dias que sinto vontade de jogar tudo para o alto e ir para casa. Outros dias não paro de falar! Antipatía tem sobrenome. Me extresso antes do problema aparecer. Sou boba e distraída, desastrada, desatenta…! Sou toda controversa. Teimosa que só eu! Bato pé no chão mesmo. Choro, grito, faço birra. Canto bem alto e desafinado. Quem se importa? Durmo mais do que deveria. Cara feia é comigo mesmo. Sou dona da razão até quanto estou errada. Tenho um orgulho tão grande que nem cabe em mim. Sou imperfeições do pé até a cabeça. Do dedo mindinho até o último fio de cabelo. Complicada, deve ser a palavra. Desculpe por ser toda defeitos. Mas por baixo dessa casca dura tem uma alma tão sensível

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Adeus


O amor que você traz
Você me traz junto,
A dor que você dá,
Dá-me um lar,

Você quer ficar ao meu lado
Ou você quer que eu vire e me esconda
Nós estamos desaparecendo por dentro
Vendo fotos da nossa, adeus.

Quando nós, acreditamos,
Que o nosso amor vai sobreviver,
A dor que você traz,
Traz-me sozinho,
Você me ama, você me odeia,
Você quer acreditar em mim,
Você acha que você não precisa de mim
Você quer me enganar?
Eu não posso pensar que tudo acabou
Não quero esquecer
Eu não posso viver essa decepção
Eu quero reprimir a sua...

Adeus, adeus
O projeto, que quebrou o molde
Os sonhos, quando você vê
Isso não são despedidas por muito tempo,

Por favor, siga-me,
Para as fronteiras do destino,
Eu não quero quebrar a partir do seu lado,
No chão caído gritando adeus,

Você me ama, você me odeia,
Você quer acreditar em mim,
Você acha que você não precisa de mim
Você quer me enganar?
Eu não posso pensar que tudo acabou
Não quero esquecer
Eu não posso viver essa decepção
Eu quero reprimir a sua...

Adeus, adeus
O projeto, que quebrou o molde
Os sonhos, quando você vê
Isso não são despedidas por muito tempo,

Por favor, siga-me,
Para as fronteiras do destino,
Eu não quero quebrar a partir do seu lado,
No chão caído gritando adeus,

Por favor, siga-me,
Para as fronteiras do destino,
Eu não quero quebrar a partir do seu lado,
No chão caído gritando adeus,

Adeus, adeus
O projeto, que quebrou o molde
Os sonhos, quando você vê
Isso não são despedidas por muito tempo.

Sem cura


Mesmo com o nada feito, com a sala escura. 
Com um nó no peito, com a cara dura.
Não tem mais jeito, a gente não tem cura.


- Chico Buarque 

Polisipo



Polisipo, em grego, significa pausa na dor. Têm sido, estes dias, polisipos.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Distancia


“Resolvi falar um pouco de relacionamentos a distância. E uma palavra só os resumem: dor. Dói, cara. Dói pra caralho. No frio, no calor, na temperatura amena, na cama, no sofá, na escola, no inferno. Dói em qualquer lugar que não seja perto da pessoa que você ama. E quanto mais o tempo passa, mais dói. E mais você ama. E mais você tem a certeza de que vale a pena. Ora, você vê que é questão de lógica: se você está suportando a dor de estar longe, a carência, a solidão, a insegurança e o ciúme, é óbvio que você ama a pessoa. É óbvio que vai valer a pena. É óbvio que o tempo que vocês vão passar juntos - sim, porque você tem certeza disso - vai se sobrepor a toda e qualquer lágrima que você verteu pela pessoa com a qual você quer passar o resto da sua vida. Pelo resto da vida. Forte expressão, né. Pode ser muito tempo. Pode não ser. Talvez “por toda vida” só queira significar que, quando você está com a pessoa, você quer dar 100% de si. Nem que por isso você tenha que esperar boa parte do tempo. Aí esse tempo passa e você se vê aflita, “Tá chegando a hora de nos vermos. Tem que estar. Eu já esperei demais”, você pensa. Começa a pensar em desistir. Começa a se sentir exausta. As coisas que você fez pela pessoa que você ama começam a entrar nos seus pensamentos noturnos. As vezes que a pessoa pisou na bola e as vezes que ela não reconheceu o que você fez e faz por ela. Começa a pensar que está demorando demais, que talvez não valha a pena. Talvez. Essa palavra te perturba, te machuca, te deixa irrequieto. Mas pra o “talvez” perder esse poder estupendo que ele tem de estragar planos e vontades de arriscar, basta a pessoa que você ama mostrar que também está lutando. Você entende isso como um empurrão. Mesmo que a pessoa não diga nada, subliminarmente você entende “Vamos, amor. Eu estou com você. Eu sei que a carga é imensa, pesada e difícil de levar. Mas estamos juntos. É isso que me importa.” E você tenta. Tenta de novo e de novo. Porque, no fundo do seu coração, você sabe que cada quilômetro que separa vocês é apenas uma maneira de mostrar, em medidas reais, o tamanho da força que vocês têm pra lutar pelo amor.”