quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vai ficar tudo bem ! dizia ela.



Sentia teu peito queimar toda vez que inspirava forte na tentativa de fazer o ar entrar em teus pulmões e com os olhos cheios de lagrimas prontos a trasbordarem. Sentia a boca seca e num arfar de dor ela fechou os olhos com força fazendo as lagrimas escorrem pingando no velho tapete rosa que sua mãe havia lhe dado a alguns anos.

No quarto escuro podia se ver a figura de uma menina encolhida no canto do quarto tentando chorar baixinho com a mão no peito. Ela não conseguia respirar ! ela sentia dor e medo, todas tuas angustias vieram todas de uma vez a derrubando deixando-a imóvel ali no chão onde lagrimas eram derramadas interrompidamente.

A unica luz que havia naquele quarto era a luza que vinha da tela de seu notebook seu aliado a tempos, a pouca luz que ali havia só lhe deixava mostrar as lagrimas caindo no tapete, formando manchas em tons de rosa escuro.

Ela não podia chamar ninguém! não podia ! ninguém podia ajuda-la, ninguém podia salva-la. 


No desespero as pequenas mão tremulas da menina tatearam a quina da cama, e ela tentou se levantar mas seu pulmões doíam a cada respirar! teu coração acelerava a cada segundo que pareciam décadas de dor, tua cabeça doía dando impressão do quarto girar no escuro somente clareado por uma luz fraca que vinha do notebook ligado.

Alguém a chamava mas ela não ligava tentando alcançar o cachimbo que ganhara a um tempo.


O cachimbo que escondia o pior dos teus segredos. Mas um segredo que as vezes lhe aliviava de um jeito ruim, mas aliviava! a fazia esquecer da dor interna se preocupando somente com a externa. 

Por fim as pequenas e tremulas mãos tentavam em desespero abrir a parte do filtro do cachimbo procurando desesperadamente pelas laminas que ali ela escondia. foi rápido e certeiro como se ela nunca tivera perdido a habilidade de machucar a si própria.

Gotas caiam manchando teu lençol de vermelho! 


Em seguida varias linhas vermelhas se formavam em teu antebraço! umas pequenas outras grandes algumas se entrelaçavam . 

A menina sentou-se na cama como se não tivesse mais forças , e  deixou a pequena lamina cair fazendo um barulho que parecia zoar longe, mas não se preocupou em procura-la e guarda-la de volta a seu lugar! em vez disso ela ficou ali com seus olhos borrados e inchados olhando por um tempo como os  cortes em sua pele passava de uma cor esbranquiçada para  em seguida trasbordar em sangue .

Tua pupilas se dilatam lhe trazendo uma sensação que ela não sabia se era boa ou ruim, mas que lhe fazia esquecer os motivos por que lhe fazia chorar e sofrer.

Logo em seguida ela sentia teus cortes latejarem e um ardor, mas já respirava com facilidade, mas o peso do remorso lhe pesava no pensamento fazendo tua cabeça doer. 


Voltando a si a menina levantou-se depressa de sua cama procurando uma camiseta velha em seu armário e logo limpou o sangue de seu antebraço brutalmente e jogou a camisa na cama! e logo correu a procurar a lamina e a devolver a seu esconderijo onde guardará teu pior segredo talvez o pior e o mais vergonhoso! mas preciso.

De volta a frente do notebook ela digitou um adeus e o fechou e se levantou tentando arrumar e limpar tudo,ela não suportaria que alguém soubesse disso! se sentiria mais inferior do que já se sentia mais dependente do que já era! Oque ela menos queria nesse momento

de sua vida era alguém com pena dela, ela já sentia isso por si mesma, e isso já bastava.

Foi ate o banheiro e lavou os braços com a água fria e corrente de sua torneira , que faziam teus cortes arderem, trocou de uma blusa regata para uma de manga rapidamente, e passou pela cozinha  pegando uma de suas garrafinhas de água e voltou para o quarto que estava escuro demais para ver o puf onde ela bateu o dedinho do pé que quase a fez xingar alto de dor! mas continuou a se certificar que ninguém saberia oque ali havia acontecido!. 


Ela já estava tão acostumada em não demostrar teus sentimentos a ninguém fora das folhas e do que escrevia em seu computador que quando se olhou no espelho, era como se ela mesmo se convencesse que não havia feito nada! e que tudo estava bem e tinha voltado ao normal.

Reabriu o notebook e voltou a olhar as fotos em teu blog favorito como se nada tivesse acontecido, mas por dentro nada se encaixava e ela sabia disso, ela sabia oque tinha feito mas de que adiantaria demostrar ? ninguém a intenderia, as pessoas somente iriam lhe julgar, então ela se fechou novamente.E quem sabe quando ela se mostraria quem realmente eras novamente?

Ela pegou 3 comprimidos de rivotril e deu um belo gole de água e ficou esperando o sono vir fingindo para si mesma que tudo estava bem ! era oque ela demostrava mas as pequenas gotas vermelhas que em seu lençol ficaram mostravam que no fundo toda a verdade era mentira, e que a mentira talvez fosse a verdade.


A pior dor que posso sentir e a que guardo para mim! e nunca demostrarei a ninguém! no fim ninguém nunca terá me conhecido de verdade.


~Tábata Cristina




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